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Gianfranco Zigoni, uma lenda do futebol italiano, apelidado de "George Best Português" devido ao seu estilo de jogo vibrante e personalidade exuberante, celebra agora 80 anos. Em uma entrevista recente, Zigoni, conhecido por suas excentricidades dentro e fora dos campos, expressou sua profunda insatisfação com o futebol moderno, lamentando a crescente influência da tecnologia e a falta de paixão genuína.

"O futebol de hoje é de robôs," declarou Zigoni com veemência. "A tecnologia nos pregou uma peça. Os jogadores são tutelados por nutricionistas, psicólogos e estatísticos. Onde foi parar a espontaneidade, a alegria de jogar, o risco de se machucar?" Zigoni, que brilhou nas décadas de 60 e 70, era famoso por seus dribles desconcertantes e pela sua capacidade de decidir jogos com um toque de genialidade. Mas também era conhecido por suas escapadas, seus romances e sua vida fora dos campos, características que o tornaram uma figura icônica e controversa.

Zigoni acredita que o futebol perdeu sua alma, tornando-se um produto industrializado, onde o resultado é mais importante do que o espetáculo. Ele critica a obsessão com os dados e as estatísticas, que, segundo ele, sufocam a criatividade e a improvisação. "Antigamente, jogávamos por amor, por paixão. Hoje, os jogadores pensam apenas em dinheiro e em contratos milionários," lamenta Zigoni.

O ex-jogador também abordou a questão da disciplina e do comportamento dos atletas. "No meu tempo, podíamos nos divertir, mas sabíamos respeitar o adversário e o árbitro. Hoje, vemos jogadores discutindo com os juízes e simulando faltas para enganar o adversário. É um desrespeito ao jogo," afirma Zigoni.

Apesar de sua crítica contundente, Zigoni ainda nutre um carinho especial pelo futebol. Ele acredita que, apesar de todas as mudanças, ainda existem jogadores talentosos e apaixonados por aquilo que fazem. No entanto, ele ressalta a importância de resgatar os valores que tornaram o futebol um esporte tão amado por milhões de pessoas em todo o mundo.

Zigoni, um ícone do futebol italiano, deixa um legado de talento, irreverência e paixão. Suas palavras servem como um lembrete de que o futebol é mais do que apenas um jogo; é uma paixão que deve ser cultivada e preservada.